sábado, 2 de março de 2013
Ilhas de Bruma
"Eu sou das ilhas de bruma onde as gaivotas vêm beijar a terra".
O verde das pastagens, o azul do mar e do céu, o perfume intenso das hortências,
O chilrear dos pássaros, o som do vento nos fios eléctricos, o marulhar das ondas na rebentação,
O cheiro a maresia, o aroma do verde húmido dos matos, o odor das burrecas encharcadas,
O som da água translúcida que brota da nascente e que se bebe na copa do inhame,
O perfume da flor da cana-roca e do incenso, o odor do sargaço na maré baixa,
O grito das gaivotas em terra quando o mar está bravo ou do garajau que faz voos rasantes sobre nossa cabeça para proteger o seu habitat, o mar ... aquele mar azul e quente que aquece a alma da gente, as plantas que aqui têm cheiro e vida e viço, as flores que aqui se oferecem à nossa amada de forma grátis, os animais selvagens que aqui são mais pacíficos, os picos, os vales, as quedas de água, o ar húmido, a chuva, o sol e o vento, que aqui se mostram num só dia ...
São assim os Açores; é assim a minha terra, a ilha das Flores.
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