domingo, 27 de novembro de 2011

Curiosidades sobre Fernando Pessoa

Às três horas e vinte minutos da tarde de 13 de Junho de 1888, nasce em Lisboa Fernando Pessoa. Filho de famílias da pequena aristocracia, do lado paterno e materno, o pai, Joaquim de Seabra Pessoa, natural de Lisboa, era funcionário público do Ministério da Justiça e crítico musical do Diário de Notícias, e a mãe, Maria Magdalena Pinheiro Nogueira Pessoa, era natural da ilha Terceira nos Açores. A escolha do nome, António, foi para homenagear Santo António, de quem a família achava que havia uma ligação genealógica com Fernando de Bulhões, nome de baptismo de Santo António, tradicionalmente festejado em Lisboa a 13 de Junho, dia em que Fernando Pessoa nasceu. O poeta que propunha ser um supra Camões e que ainda hoje é estudado por milhões de pessoas por todo o mundo, tinha medo de trovoadas, mais propriamente relâmpagos. Quando era apanhado na rua por uma trovoada, não hesitava em meter-se por uma porta qualquer adentro e esconder-se debaixo de uma mesa...
Verdade ou não, o que é facto é que nos deixou estas estrofes, num dos seus heterónimos - Alberto Caeiro

IV - Esta Tarde a Trovoada Caiu

Esta tarde a trovoada caiu
Pelas encostas do céu abaixo
Como um pedregulho enorme...
Como alguém que duma janela alta
Sacode uma toalha de mesa,
E as migalhas, por caírem todas juntas,
Fazem algum barulho ao cair,
A chuva chovia do céu
E enegreceu os caminhos ...
Quando os relâmpagos sacudiam o ar
E abanavam o espaço
Como uma grande cabeça que diz que não,
Não sei porquê — eu não tinha medo —
pus-me a rezar a Santa Bárbara
Como se eu fosse a velha tia de alguém...

Ah! é que rezando a Santa Bárbara
Eu sentia-me ainda mais simples
Do que julgo que sou...
Sentia-me familiar e caseiro
E tendo passado a vida
Tranquilamente, como o muro do quintal;
Tendo ideias e sentimentos por os ter
Como uma flor tem perfume e cor...

Sentia-me alguém que nossa acreditar em Santa Bárbara...
Ah, poder crer em Santa Bárbara!

(Quem crê que há Santa Bárbara,
Julgará que ela é gente e visível
Ou que julgará dela?)

(Que artifício! Que sabem
As flores, as árvores, os rebanhos,
De Santa Bárbara?... Um ramo de árvore,
Se pensasse, nunca podia
Construir santos nem anjos...
Poderia julgar que o sol
É Deus, e que a trovoada
É uma quantidade de gente
Zangada por cima de nós ...
Ali, como os mais simples dos homens
São doentes e confusos e estúpidos
Ao pé da clara simplicidade
E saúde em existir
Das árvores e das plantas!)

E eu, pensando em tudo isto,
Fiquei outra vez menos feliz...
Fiquei sombrio e adoecido e soturno
Como um dia em que todo o dia a trovoada ameaça
E nem sequer de noite chega.

Consultas: Wikipédia

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Condução nas rotundas em Portugal é selvagem!


Muitos condutores portugueses ainda não sabem conduzir nas rotundas. E não se pense que são apenas aqueles que obtiveram os títulos de condução no tempo em que ainda não havia as ditas rotundas! Ainda há quem pense que se deve conduzir nestas zonas sempre pela direita; ou seja, sempre na via do exterior! Como se as referidas rotundas fossem uma estrada em caracol! O caso passou-se comigo (mais uma das inúmeras vezes). Entrei numa rotunda (em Moreira da Maia) com duas vias de trânsito e três saídas (sem contar com a da minha origem). Pretendia sair na segunda saída. Assim, ao entrar na rotunda, ocupei a via de trânsito mais à esquerda, e após a passagem da primeira saída, sinalizei antecipadamente a minha intenção fazendo uso do respectivo sinal de mudança de direcção para a direita, aproximei-me progressivamente da via da direita, e no momento em que estou a abandonar a rotunda, eis que outro condutor - que tinha entrado na rotunda à minha frente, mas que havia tomado a via mais à direita -, me "cortou" a saída. Posto isto, buzinei como forma de protesto; pois quase colidimos um com o outro! Então, o animal feroz parou bruscamente o Mercedes, saiu do carro na minha direcção tentou abrir a porta do meu carro e com ar ameaçador de punho cerrado grunhiu qualquer coisa do género: que estava a circular pela direita! Ora se eu não tivesse a porta do carro trancada tinha sido agredido por uma besta, que teria entre trinta e cinco a quarenta anos de idade!
Mesmo que a condução nas rotundas pela via mais à direita seja punida com coima de 250 a 1250 euros, Artº 36 do Código da Estrada, o problema é que Portugal é o campeão das rotundas e também de selvagens ao volante, logo, é impossível ter um polícia em cada rotunda para autuá-los!
Assim, e porque antes havia dúvidas quanto à condução nas rotundas, a ex-DGV emitiu o presente esclarecimento, que consta do Código da Estrada de 2011:

" 1- O condutor que pretende tomar a primeira saída da rotunda deve: Ocupar, dentro da rotunda, a via da direita, sinalizando antecipadamente quando pretende sair;
2- Se pretender tomar qualquer das outras saídas deve: Ocupar, dentro da rotunda, a via de trânsito mais adequada em função da saída que vai utilizar (2ª saída = 2ª via; 3ª saída = 3ª via; Aproximar-se progressivamente da via da direita; fazer sinal para a direita depois de passar a saída imediatamente anterior à que pretende utilizar; Mudar para a via de trânsito da direita antes da saída, sinalizando antecipadamente quando for sair" cito.

O problema maior não está na ignorância destes condutores, está sobretudo, na imensa falta de civismo e na agressividade destes bárbaros, que se julgam donos do mundo!

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Estão aí as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa!

O "Novo Acordo Ortográfico" é antes de mais, um acordo económico e político (a ordem é indiferente), porque se falarmos em termos exclusivamente linguísticos, o que poderá fazer sentido para alguns dos linguistas que urdiram as alterações, será porque o Brasil (que os Portugueses descobriram há 500 anos!) tem mais falantes da Língua Portuguesa do que a pátria de Camões! E não vale apelarmos ao subterfúgio dos PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, países esses que se encontram organizados na CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, porque nestes, fala-se o português e uma infinidade de línguas locais, por vezes dezenas (na Guiné-Bissau falam-se 21 línguas locais diferentes, em que apenas cerca de metade da população fala o Crioulo) dentro do mesmo território, em Angola existem 41 línguas nacionais e em Moçambique 43!  E na maioria dos países da CPLP, o português é a segunda língua oficial!  Mas... o curioso deste Acordo, é que haverá sempre dupla grafia de muitas palavras! Por outro lado, a Língua Inglesa é falada e escrita de forma diferente nos Estados Unidos da América e na Inglaterra, apesar disso este país não uniformizou o Inglês, e os dois (países) têm convivido bem com essas diferenças; mesmo que os EUA tenham a maior comunidade de falantes da Língua de Sua Majestade Isabel II ! Nestas coisas é como em tudo: há quem ache aspectos positivos (e que alegam que o Português é uma língua viva, por isso evolui - é um facto, mas se isto é evolução... como explicar que os franceses, sendo uma língua também de origem latina, continuam a escrever farmácia com "PH", Pharmacie ?) -, e há quem não ache tanta graça a isso! Há os seguidistas e os conservadores, como eu! Há os que se juntam ao rebanho... e as ovelhas tresmalhadas!
Para aqueles que (como eu) aprenderam as derivações latinas, ou o étimo latino das palavras, que estudaram Camões, Pessoa, Eça, Herculano, Camilo, Garrett, Antero, Cesário, Aquilino, Gil Vicente, Florbela, Bocage, Torga, Natália Correia, Sofia de Melo, José Régio, Fernão Lopes, padre António Vieira, entre outros, e que tenham uma cabeça para pensar por si próprio, irão certamente continuar a escrever em Português (antigo ou arcaico).
Em resumo, não sou um purista da Língua Portuguesa, mas os argumentos dos linguistas que apoiaram os políticos (de um lado e do outro do Atlântico), não me conseguiram convencer!

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Viagem pelos labirintos da memória

           

Peço às ninfas do Atlântico,
Inspiração arte e engenho,
Para que tão humilde cântico,
Chegue ao alvorecer do empenho.
                 
Das águas revoltas e calmas,
Vós oh tágides aventuradas,
Levantai desse líquido almas,
Que venham saciar minhas moradas!
                 
Vós que vos enleeis de paixões,
Atai também meu diáfano coração,
Levai-me convosco nessas ilusões!
                  
Que, não quero perante meus cãs,
E minha insana aventura ousar,
Ofender Nereida, Zeus ou seus fãs!

(Autor do soneto: Francisco Aurélio Braz)

Base Francesa nas Flores

     Foi com imenso gosto e até alguma nostalgia que assisti à visualização dos vídeos "Opération Hortensia" na Biblioteca Pública...