sábado, 2 de fevereiro de 2013

O Caos Após o 25 de Abril de 1974



Não gosto de política. Mas se a relação do Homem em sociedade é ela um acto político, não há como recusar que também eu faço política. Enfim... Deixemos para lá a filosofia. Quando despertei para as consequências de Abril, achava que com tanta liberdade, agora sim é que era. De início vieram os sucessivos governos provisórios; alguns deles duraram apenas alguns dias, depois, a coisa entrou nos eixos e lá tivemos o primeiro governo estável. Mas mal começaram esses governos ditos estáveis, eis que ouvimos falar em austeridade.
Creio que, se a memória não me falha - e já vai falhando alguma coisa -, o precursor terá sido o ainda pouco senil Mário Soares, que nos terá iniciado na mendicidade. Depois mais outra vez nos ajoelhamos aos pés dos países ricos da Europa, porque já tínhamos começado a gastar mais do que aquilo que recebíamos. Mas a coisa não ficou por aqui. Vieram os governos que gastaram somas astronómicas em obras de fachada, em autoestradas, em estádios de futebol, em Expo´s, em Centros Culturais, de qualquer coisa, em Casas da Música, e, veio finalmente, a estocada final: as falcatruas do BPN; uma trama tão bem urdida que nenhum dos ladrões está na cadeia; alguns deles - diz-se à boca pequena - enriqueceram com a valorização das malogradas acções daquele banco dos ricos, e, pasme-se: pavoneiam-se pela vida pública quais seres impolutos! Depois, veio novamente o pedido de apoio monetário à Troika, e como ninguém dá nada a ninguém, os países mais ricos emprestam-nos o dinheiro, mas como é óbvio, fazem exigências; controlos periódicos, não vão os mendigos gastá-lo novamente onde não devem! Então, cortam-se nos ordenados dos funcionários públicos, inventam-se duodécimos para tudo e mais alguma coisa, cortam-se nas reformas dos pobres - sim, porque nas dos ricos, menos mil ou dois mil euros numa reforma de 10 mil, não aquece nem arrefece; suspende-se as pré-reformas, corta-se nas indemnizações por revogação do contrato de trabalho por mútuo acordo... E agora o seu inverso: aumentam-se os impostos, criam-se novos impostos dissimulados de taxas, etc., etc..
Depois de a criação de um governo minúsculo, aumentam-se os tachos: dezenas de imbecis imberbes acabam de ser nomeados para secretários de Estado, subsecretários de Estado, disto e daquilo... parece que só para o Ministério da dita Cultura, terá sido uma vintena, de uma vez. Depois, ou antes, descobrimos que o Estado não cortou nas tais gorduras: são às centenas as fundações e os observatórios; um sorvedouro dos impostos dos contribuintes, e que não servem para nada, a não ser, sustentar uma corja de sanguessugas de parasitas, que em nada contribuem para o bem comum! E, assim Portugal vai definhando pouco a pouco (ou será que é mais depressa?).  Entretanto, estamos outra vez a ser recordistas europeus: a taxa de desemprego está lá bem alta no pódio dos países que estão de tanga: em Dezembro de 2012 subiu para 16,5%, mas com perspectivas de atingir os dois dígitos! Para lá iremos...
E para gáudio da malta, temos um Primeiro-Ministro que sugere aos portugueses que emigrem... nem mais! E eles emigram, ah, emigram, cada vez mais, mas primeiro fazem os seus estudos à custa dos nossos impostos, depois, bem, depois vão aplicar o seu saber e mão-de-obra noutros países onde há mais e melhor emprego e salários dignos desse nome!
Entretanto, para aqueles em que a idade já não aconselha a novas experiências... lá nos vão entretendo com tricas partidárias, com falsidades, com cada vez mais ladroeira, com mais mentiras, com mais corrupção, com mais impunidade... tudo isto protagonizado por políticos imberbes (e também com cãs!) que nunca souberam o que era trabalhar na vida, mas que por não haver nenhum regime político melhor do que a democracia, lá estão. É que hoje em dia já ninguém minimamente bem informado acredita nos actuais políticos, a não ser os fanáticos - que os há, também na política -, porque eles são mentirosos, desonestos, incompetentes, propagandistas e demagógicos!



Base Francesa nas Flores

     Foi com imenso gosto e até alguma nostalgia que assisti à visualização dos vídeos "Opération Hortensia" na Biblioteca Pública...