quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Ilha do poeta Roberto de Mesquita (1871-1923)

Ilha do poeta Roberto de Mesquita (1871-1923)  Ilha das Flores

(Re) Descoberta por Diogo de Teive e seu filho João de Teive em 1452 (?) no reinado de D. Afonso V, e mandada povoar pelo Infante D. Henrique em 1452, localizada em pleno Oceano Atlântico, no Grupo Ocidental do Arquipélago dos Açores, de forma trapezoidal, a sua plataforma central desenvolve-se entre os 500 e os 600 metros de altitude. É o ponto mais ocidental da Europa. A meio caminho da América do Norte. Fruto de antigos vulcões extintos, com pouco mais de 143 Km2, e cerca de 4000 habitantes, terá passado pelos nomes de ilha de S. Tomás, ilha de Stª. Iria, ilha de Corvos Marinhos, e finalmente, ilha das Flores, devido à abundância de Flores, de entre elas, cubres - quase extintos.

Coberta de vegetação de um verde luxuriante , relevo acentuado - nisto se diferencia das restantes oito ilhas - com vales profundos, montanhas imponentes, cascatas sumptuosas, onde a água mole se despenha falésia abaixo em torrentes impetuosas na invernia, ou em quedas mais delicadas e calmas no estio, que logo ali à nascença das fragas se pulveriza, cria remoinhos ascendentes, coloridos pelo magnífico arco-íris que o Sol doira.

Na plataforma central, encontram-se sete crateras de vulcões extintos, que deram lugar a outras tantas lagoas (Funda, Comprida, Seca, Água Branca, Funda das Lajes, Rasa, e Lagoa da Lomba*), que são de uma beleza apaixonante, devido às suas diferentes matizes, dimensões e profundidades - nalgumas delas existem carpas e trutas. No fundo dos vales, a água que brota das montanhas ou dos musgos, "burrecas" (Bryophyta) escorre pausadamente formando numerosas ribeiras mais ou menos caudalosas, aqui ainda translúcida, quase adormece aqui e ali, por entre uma vegetação fresca e viçosa, para logo adiante se lançar precipício abaixo, sempre em direcção à água-mãe.

O azul das hortênsias, o aroma das suas pétalas orvalhadas, matizadas de rosas, do mar e do céu, qual paleta de cores, aliam-se harmoniosamente. Ouvir o chilrear e gorjear dos tentilhões na Primavera, o canto dos cagarros à noite, o balir do vitelo, o mugir das vacas nos prados, ou o cantar dos grilos nas suas tocas, é estar em comunhão com a Natureza!

O vento, dizem os florentinos, é o maior inimigo do Homem! Dizem que: "não venha vento/que chuva não é mau tempo"; mas também este elemento da Natureza tem o seu encanto, quando nas noites de invernia assobia nos fios eléctricos ou no resfolhar das árvores! No passado ... ah!, como me lembro ainda, do choro dos carros de bois com os eixos apertados nas descidas íngremes no regresso ao palheiro carregados de incensos para alimento das vacas no Inverno e de lenha para as lareiras, (não para aquecimento da casa, mas sim para cozinhar os alimentos, em panelas de ferro) e para o forno de lenha, onde era cozido o pão para a família. E como cheirava tão bem o pão de milho quando saía do forno, que as nossas mães coziam! E como era saborosa a manteiga amarelinha que era fabricada nas nossas casas, batida dentro de uma lata atada às traves mestras da casa! Como era límpida a água que corria nas ribeiras onde as nossas mães iam lavar a roupa da família! Ah!, como é bom banhar-se nas águas tépidas e translúcidas deste mar salgado influencia


Nota: Segundo documentos históricos compilados por Viriato Campos,
"Sobre o Descobrimento e Povoamento dos Açores", a lha das Flores, Açores, comemorará este ano (2010) os 500 anos do seu povoamento.

(* Por razões que desconheço o nome das lagoas terá sofrido ligeiras alterações)

Base Francesa nas Flores

     Foi com imenso gosto e até alguma nostalgia que assisti à visualização dos vídeos "Opération Hortensia" na Biblioteca Pública...