terça-feira, 20 de setembro de 2011

Estão aí as novas regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa!

O "Novo Acordo Ortográfico" é antes de mais, um acordo económico e político (a ordem é indiferente), porque se falarmos em termos exclusivamente linguísticos, o que poderá fazer sentido para alguns dos linguistas que urdiram as alterações, será porque o Brasil (que os Portugueses descobriram há 500 anos!) tem mais falantes da Língua Portuguesa do que a pátria de Camões! E não vale apelarmos ao subterfúgio dos PALOP - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, países esses que se encontram organizados na CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, porque nestes, fala-se o português e uma infinidade de línguas locais, por vezes dezenas (na Guiné-Bissau falam-se 21 línguas locais diferentes, em que apenas cerca de metade da população fala o Crioulo) dentro do mesmo território, em Angola existem 41 línguas nacionais e em Moçambique 43!  E na maioria dos países da CPLP, o português é a segunda língua oficial!  Mas... o curioso deste Acordo, é que haverá sempre dupla grafia de muitas palavras! Por outro lado, a Língua Inglesa é falada e escrita de forma diferente nos Estados Unidos da América e na Inglaterra, apesar disso este país não uniformizou o Inglês, e os dois (países) têm convivido bem com essas diferenças; mesmo que os EUA tenham a maior comunidade de falantes da Língua de Sua Majestade Isabel II ! Nestas coisas é como em tudo: há quem ache aspectos positivos (e que alegam que o Português é uma língua viva, por isso evolui - é um facto, mas se isto é evolução... como explicar que os franceses, sendo uma língua também de origem latina, continuam a escrever farmácia com "PH", Pharmacie ?) -, e há quem não ache tanta graça a isso! Há os seguidistas e os conservadores, como eu! Há os que se juntam ao rebanho... e as ovelhas tresmalhadas!
Para aqueles que (como eu) aprenderam as derivações latinas, ou o étimo latino das palavras, que estudaram Camões, Pessoa, Eça, Herculano, Camilo, Garrett, Antero, Cesário, Aquilino, Gil Vicente, Florbela, Bocage, Torga, Natália Correia, Sofia de Melo, José Régio, Fernão Lopes, padre António Vieira, entre outros, e que tenham uma cabeça para pensar por si próprio, irão certamente continuar a escrever em Português (antigo ou arcaico).
Em resumo, não sou um purista da Língua Portuguesa, mas os argumentos dos linguistas que apoiaram os políticos (de um lado e do outro do Atlântico), não me conseguiram convencer!

Base Francesa nas Flores

     Foi com imenso gosto e até alguma nostalgia que assisti à visualização dos vídeos "Opération Hortensia" na Biblioteca Pública...